Brancas – alvarinho; avesso; azal branco; loureiro; batoca; pedernã e trajadura.
Tintas – azal tinto; borraçal; espadeiro; padeiro de basto; pedral; rabo de ovelha e vinhão.languages coalesce
São várias as doenças e pragas que afectam a cultura da vinha entre as quais se destacam o míldio, o oídio, botritis (podridão cinzenta). No que respeita a pragas a traça e cigarrinha verde são as que maiores prejuízos provocam.
O míldio doença criptogâmica provocada por um fungo endoparasita (plasmopara vitícola, que pode atacar todos os órgão verdes da planta. Pela visualização a olho nu depois de a doença estar instalada, verificam-se na página superior das folhas umas manchas translúcidas de aspecto oleoso. Na região trata-se da principal doença da vinha.
O oídio foi a primeira doença de origem americana registada na Europa e é, desde há um século, uma das principais doenças da videira. A videira é suscetível a esta doença desde o abrolhamento até ao fecho dos cachos/pintor. Pode atacar folhas, cachos e sarmentos. Manifesta-se inicialmente pela presença de um micélio pulverulento e espesso de cor branca a amarelada sobre os órgãos verdes da videira.
A podridão cinzenta é provocada pelo fungo Botrytis cinerea que contamina os tecidos da videira. As condições favoráveis ao desenvolvimento desta doença são: temperaturas amenas (ótimo térmico entre os 15ºC e os 20ºC), elevada humidade relativa (90 %) e existência de feridas ou lesões nas plantas. O fungo da podridão cinzenta hiberna nos sarmentos sob a forma de esclerotos ou sob a forma de micélio nos sarmentos ou gomos. Na primavera (especialmente as mais frescas e húmidas) o fungo instala-se nas brácteas junto às inflorescências, desenvolvendo-se para os restos das flores que ficam aderentes. Posteriormente, o cacho acaba por necrosar. Os ataques da podridão cinzenta às folhas ou na época da floração não interferem no vingamento. Contudo, a partir do pintor os conídios podem germinar sobre os bagos, originando micélio que se difunde e penetra na epiderme do bago. O micélio desenvolve-se e produz conidióforos que libertam conídios que ao pousar noutros bagos do mesmo ou de outros cachos vão espalhar a doença. Os bagos atingidos pela podridão cinzenta ficam muito alterados e dão origem a vinhos desequilibrados.
As traças da uva são lagartas ou larvas de duas pequenas borboletas, a Cochylis (Clysia ambiguella) e a Eudemis (Lobesia botrana). No seu estado adulto atingem cerca de 6 mm de comprimentos e 10 a 12 mm de envergadura. As asas anteriores estão cobertas de manchas castanhas e cinzentas que fazem lembrar o mármore, as asas posteriores são acinzentadas
A espécie Eudemis é a mais comum em Portugal. A Eudemis hiberna sob a forma de crisálida dentro de um casulo sedoso tecido sob o ritidoma das cepas, nas folhas caídas no solo ou nas fendas dos tutores. Mais tarde, na primavera, aparecem os primeiros adultos (no início do voo existem mais machos e no final predominam as fêmeas). Depois do acasalamento (uma atividade crepuscular) iniciam-se as posturas, normalmente realizadas sobre os botões florais. Uma fêmea pode realizar uma postura de 50 a 80 ovos durante seis dias, morrendo posteriormente. Dos ovos nascem lagartas que perfuram e roem superficialmente os bagos, provocando feridas que favorecem o desenvolvimento da podridão cinzenta.
Os estragos causados pela traça da uva não são, na primeira geração, muito graves, a não ser que o ataque seja demasiado intenso e a destruição de botões florais elevada. Por outro lado, nas segunda e terceira gerações as lagartas provocam a diminuição da produção e favorecem o desenvolvimento de vários tipos de podridão, principalmente a podridão cinzenta, que pode ser causa de elevados prejuízos.
A flavescência dourada é uma doença de quarentena com origem num parasita vegetal, MLO (Mycoplasma-like Organism), que prejudica o desenvolvimento da videira, e é transmitida a videiras sãs por intermédio do inseto vetor Scaphoideus titanus. O Scaphoideus titanus é um inseto que desenvolve todo o seu ciclo de vida na videira e tem uma geração por ano. As larvas abrem os seus ovos, que foram depositados na casca das cepas de agosto a outubro do ano anterior, a partir de maio. Na fase adulta é uma cigarrinha castanha ocre de forma aguçada e longa, maior do que as espécies mais comuns nas vinhas. Quando o inseto se alimenta de uma videira infetada com a Flavescência dourada, fica logo contaminado, mas só um mês depois será capaz de infetar videiras sãs ao picá-las para se alimentar. O inseto fica infetado até morrer durante o outono, mas a doença não é transmitida à próxima geração. O s primeiros sinais de doença da videira serão visíveis no próximo ano ou até cinco anos depois. É possível recuperar algumas das videiras, no entanto a maioria acaba por morrer. Como todas as doenças infeciosas, os fitoplasmas são também transmitidos por enxertia. Assim, a infeção primária numa vinha pode ter origem em material vegetal infetado (porta-enxerto ou garfos) ou ser introduzida por insetos vetores. Por sua vez a disseminação da doença cepa a cepa na vinha é feita fundamentalmente pelos insetos vetores. A propagação da doença de região para região pode dar-se pelo transporte de material infetado.
O nosso compromisso é garantir a responsabilidade ambiental na agricultura, permitindo que o nosso legado às gerações futuras seja o da sustentabilidade do mundo rural.