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Vinha

A Vinha no Entre-Douro e Minho
A vinha, muitas vezes localizada na bordadura dos campos, é ainda hoje um elemento preponderante na paisagem minhota. O vinho – o famoso vinho verde, – produto único no mundo, – é um verdadeiro ex-líbris regional. As vinhas caracterizam-se pela sua vasta expansão vegetativa, com diferentes sistemas de condução, ocupam uma área de cerca de 14000 ha, correspondendo a 15% da área vitícola do território nacional.

Castas recomendadas na região:

Brancas – alvarinho; avesso; azal branco; loureiro; batoca; pedernã e trajadura.

Tintas – azal tinto; borraçal; espadeiro; padeiro de basto; pedral; rabo de ovelha e vinhão.languages coalesce

Doenças e Pragas:

São várias as doenças e pragas que afectam a cultura da vinha entre as quais se destacam o míldio, o oídio, botritis (podridão cinzenta). No que respeita a pragas a traça e cigarrinha verde são as que maiores prejuízos provocam.

DOENÇAS DA VINHA

Como tratar e prevenir

O míldio da vinha

O míldio doença criptogâmica provocada por um fungo endoparasita (plasmopara vitícola, que pode atacar todos os órgão verdes da planta. Pela visualização a olho nu depois de a doença estar instalada, verificam-se na página superior das folhas umas manchas translúcidas de aspecto oleoso. Na região trata-se da principal doença da vinha.

Recomendações Pinho Maia para o combate
(WP c/ 50% de folpete) na dose de 200 g/hl.
(WG com 11,3% de dimetamorfe e 60% de fopete) na dose de 160 g/hl.
(WG com 5% de piraclostrobina e 55% de metirame) na dose de 150 g/hl.
(WG com 7,5% de dimetomorfe e 66,7% de mancozebe) na dose de 240 g/hl.
(WP com 4% de cimoxanil e 46,5% de mancozebe) na dose 300 g/hl.
(Combi (WP com 10 % dde metalaxil e 40 % de folpete) na dose de 200 g/hl.
Nota: quando utilizamos Cabrio Top na dose recomendada, para além do míldio estamos também a combater o oídio.

O oídio

O oídio foi a primeira doença de origem americana registada na Europa e é, desde há um século, uma das principais doenças da videira. A videira é suscetível a esta doença desde o abrolhamento até ao fecho dos cachos/pintor. Pode atacar folhas, cachos e sarmentos. Manifesta-se inicialmente pela presença de um micélio pulverulento e espesso de cor branca a amarelada sobre os órgãos verdes da videira.

Nas folhas: apresentam um aspeto crispado e dobram-se em goteira e um ligeiro frisado nos bordos. Se se remover o micélio nota-se um rendilhado castanho, que evidencia a presença de haustórios (ramificação de micélio no interior dos órgãos verdes, para alimentação do fungo).

Nos cachos: os bagos pequenos encarquilham e secam, a película endurece, as células dos bagos maiores atingidas morrem. A epiderme não pode crescer e a película rebenta ficando o conteúdo do bago exposto.

Nas inflorescências: os botões florais cobertos de poeira branca podem desencadear o abortamento e a queda da flor. Na altura da poda as varas apresentam uma cor branca com manchas castanhas típicas. No final do ciclo da videira é possível notar a presença de cleistotecas nas folhas, cachos e varas.
Temperatura – A doença desenvolve-se em períodos de temperaturas baixas (10 ºC) mas sem produção de esporos, havendo na primavera um potencial de desenvolvimento da doença. Atinge o ótimo de desenvolvimento entre os 25 e os 28 ºC. Temperaturas acima de40 ºC são-lhe letais.

Luz – Um ambiente favorável ao desenvolvimento do oídio é aquele em que as vinhas estão ensombradas, muito vigorosas e em condições de luz difusa. Por este facto, o oídio desenvolve-se preferencialmente na página inferior das folhas e nos cachos situados em zonas de iluminação difusa.

Humidade relativa – este elemento possibilita o desenvolvimento da doença acima dos 25%,sendo duplicada a formação de conídios quando se passa de 30-40% para os 90-100%.

Chuva – um filme de água à superfície dos tecidos verdes prejudica a germinação dos conídios e impede a formação dos haustórios. Chuvas abundantes, pelo efeito de lavagem, são inconvenientes ao fungo.
Deve seguir-se a recomendação do Sistema de Avisos. Para além disso recomenda-se a remoção dos focos primários de infeção na altura da poda e a realização de tratamentos com produtos fitofarmacêuticos nas condições homologadas oficialmente.

Os produtos fitossanitários devem ser empregues em alternância e com recurso a uma correta tecnologia de tratamentos de modo a proteger os cachos, em particular desde a floração/alimpa ao fecho dos cachos.
Recomendações Pinho Maia para o combate
(WG com 80% de enxofre) na dose de 800 g/hl.
(SC com 200 g/l boscalide + 100 g/l Cresoxime-Metilo)na dose de 30 a 40 ml/hl
(CE com 200 g/l de tebuconazol) na dose de 50 ml/hl.

Podridão cinzenta

A podridão cinzenta é provocada pelo fungo Botrytis cinerea que contamina os tecidos da videira. As condições favoráveis ao desenvolvimento desta doença são: temperaturas amenas (ótimo térmico entre os 15ºC e os 20ºC), elevada humidade relativa (90 %) e existência de feridas ou lesões nas plantas. O fungo da podridão cinzenta hiberna nos sarmentos sob a forma de esclerotos ou sob a forma de micélio nos sarmentos ou gomos. Na primavera (especialmente as mais frescas e húmidas) o fungo instala-se nas brácteas junto às inflorescências, desenvolvendo-se para os restos das flores que ficam aderentes. Posteriormente, o cacho acaba por necrosar. Os ataques da podridão cinzenta às folhas ou na época da floração não interferem no vingamento. Contudo, a partir do pintor os conídios podem germinar sobre os bagos, originando micélio que se difunde e penetra na epiderme do bago. O micélio desenvolve-se e produz conidióforos que libertam conídios que ao pousar noutros bagos do mesmo ou de outros cachos vão espalhar a doença. Os bagos atingidos pela podridão cinzenta ficam muito alterados e dão origem a vinhos desequilibrados.

Nas folhas: manchas acastanhadas na periferia do limbo, delimitadas pelas nervuras, Nas Inflorescências: manchas necróticas que podem originar a sua morte parcial ou total.

Nos cachos: nos cachos tintos já pintados aparecem manchas mais ou menos circulares de cor lilás, nas castas brancas aparecem manhas de cor acastanhada. Surgem bagos enrugados e secos. A podridão húmida, é normalmente coberta por um bolor cinzento.
Devem seguir-se as recomendações do Sistema de Avisos e manter sob vigilância as áreas de cultivo. No controlo deste fungo recomendam-se medidas profiláticas tais como as que limitem o vigor das cepas (castas, sistemas de condução, fertilização, etc), favorecer o arejamento na canópia ao nível dos bagos e controlar outras doenças e pragas. Para além disso há que limitar ao máximo os danos quando da vindima mecânica. Os tratamentos fitossanitários devem efetuar-se preventivamente e dirigidos ao cacho.
O método standard aponta para 4 épocas de tratamento:

1 - fim da floração/alimpa
2 - antes do fecho dos cachos
3 - início do pintor
4 - 2 a 3 semanas antes da vindima.
Recomendações Pinho Maia para o combate
(SC com 400 g/l de pirimetanil) na dose de 250 ml/hl.
(WG com 50% de boscalide) na dose de 100 g/hl.
(SC com 43,1 % de iprodiona) na dose de 150 ml/hl.

Traça da Vinha

As traças da uva são lagartas ou larvas de duas pequenas borboletas, a Cochylis (Clysia ambiguella) e a Eudemis (Lobesia botrana). No seu estado adulto atingem cerca de 6 mm de comprimentos e 10 a 12 mm de envergadura. As asas anteriores estão cobertas de manchas castanhas e cinzentas que fazem lembrar o mármore, as asas posteriores são acinzentadas

A espécie Eudemis é a mais comum em Portugal. A Eudemis hiberna sob a forma de crisálida dentro de um casulo sedoso tecido sob o ritidoma das cepas, nas folhas caídas no solo ou nas fendas dos tutores. Mais tarde, na primavera, aparecem os primeiros adultos (no início do voo existem mais machos e no final predominam as fêmeas). Depois do acasalamento (uma atividade crepuscular) iniciam-se as posturas, normalmente realizadas sobre os botões florais. Uma fêmea pode realizar uma postura de 50 a 80 ovos durante seis dias, morrendo posteriormente. Dos ovos nascem lagartas que perfuram e roem superficialmente os bagos, provocando feridas que favorecem o desenvolvimento da podridão cinzenta.

Os estragos causados pela traça da uva não são, na primeira geração, muito graves, a não ser que o ataque seja demasiado intenso e a destruição de botões florais elevada. Por outro lado, nas segunda e terceira gerações as lagartas provocam a diminuição da produção e favorecem o desenvolvimento de vários tipos de podridão, principalmente a podridão cinzenta, que pode ser causa de elevados prejuízos.

Nos botões florais: Ninhos ou glomérulos que resultam da união de botões florais que podem apresentar perfurações. Presença de lagartas no interior dos botões florais.

Nos bagos: Presença de ovos e/ou perfurações nos bagos.
Recomendações Pinho Maia para o combate
(SC com 25 g/l de beta-ciflutrina) na dose de 50 ml/hl.
(EC com 100 g/l de alfa-cipermetrina) na dose de 10 ml/hl.
(WG com 30% de indoxacarbe) na dose de 12,5 g/hl.
(DC com 100g/ de flufenoxurão) na dose de 50ml/hl

Flavescência dourada

A flavescência dourada é uma doença de quarentena com origem num parasita vegetal, MLO (Mycoplasma-like Organism), que prejudica o desenvolvimento da videira, e é transmitida a videiras sãs por intermédio do inseto vetor Scaphoideus titanus. O Scaphoideus titanus é um inseto que desenvolve todo o seu ciclo de vida na videira e tem uma geração por ano. As larvas abrem os seus ovos, que foram depositados na casca das cepas de agosto a outubro do ano anterior, a partir de maio. Na fase adulta é uma cigarrinha castanha ocre de forma aguçada e longa, maior do que as espécies mais comuns nas vinhas. Quando o inseto se alimenta de uma videira infetada com a Flavescência dourada, fica logo contaminado, mas só um mês depois será capaz de infetar videiras sãs ao picá-las para se alimentar. O inseto fica infetado até morrer durante o outono, mas a doença não é transmitida à próxima geração. O s primeiros sinais de doença da videira serão visíveis no próximo ano ou até cinco anos depois. É possível recuperar algumas das videiras, no entanto a maioria acaba por morrer. Como todas as doenças infeciosas, os fitoplasmas são também transmitidos por enxertia. Assim, a infeção primária numa vinha pode ter origem em material vegetal infetado (porta-enxerto ou garfos) ou ser introduzida por insetos vetores. Por sua vez a disseminação da doença cepa a cepa na vinha é feita fundamentalmente pelos insetos vetores. A propagação da doença de região para região pode dar-se pelo transporte de material infetado.

Nas folhas Na videira a sintomatologia induzida por fitoplasmas está fundamentalmente associada a atraso na rebentação seguida de manchas amarelo-dourado (“amarelos") nas castas brancas ou avermelhamento das folhas nas castas tintas. Na primavera abrolhamento das plantas infetadas é tardio e as folhas atrofiadas; as folhas apresentam descoloração a partir do verão, enrolamento para a página inferior, endurecem e pode verificar-se sobreposição das folhas umas sobre as outras como as escamas de peixe; pode haver posterior necrose das nervuras.

Nas varas: não atempadas, inteiramente flexíveis desde a base à extremidade e com manchas negras. Atraso na rebentação e definhar dos rebentos.

Nos cachos: Se os sintomas aparecem antes ou durante a floração toda a inflorescência seca. Se os sintomas aparecem no final do verão o pedúnculo seca e as uvas enrugam e ficam com polpa fibrosa e acidez muito elevada. Diminuição da quantidade e qualidade. Os sintomas normalmente só aparecem um a três anos após a introdução de material infetado na vinha.
Recomendações Pinho Maia para o combate
(SC com 25 g/l de beta-ciflutrina) na dose de 50 ml/hl.
 

O nosso compromisso é garantir a responsabilidade ambiental na agricultura, permitindo que o nosso legado às gerações futuras seja o da sustentabilidade do mundo rural.